Refletir e agir sobre a nossa carreira nunca foi tão necessário diante do contexto em que vivemos, que é pautado pela mudança acelerada das relações de trabalho e vida.

Com o advento da globalização, o desenvolvimento da tecnologia e a emergência da Industria 4.0, vieram a reboque: extinção de funções, emergência de outras, flexibilidade do emprego, nova forma de trabalho baseada na gestão do conhecimento, perspectiva de curto prazo, entre outras mudanças.

Também não podemos deixar de evidenciar que com a vivência da Pandemia da COVID-19, além das consequências fulcrais para a saúde e a economia mundial, temos uma aceleração das mudanças no mundo da educação e do trabalho, que já vinham acontecendo a passos largos, trazendo para o presente, o futuro do trabalho.

Nesse contexto da modernidade líquida, cabe a você trabalhador decidir como irá se comportar diante da mudança. Se permanecerá no lugar de vítima, se mantendo na zona de conforto, tal como o “sapo na panela com água quente”, ou agirá sobre ela, (re)construindo quantas vezes for necessário o seu perfil profissional.

Sim, eu sei que muitas vezes é complexo assumir essa responsabilidade. Não fomos “treinados” a refletir continuamente sobre a nossa escolha profissional. Historicamente fomos levados a escolher uma carreira, geralmente, ainda na adolescência, e normalmente amparada pelos apelos externos, ou seja, com base no mercado, nas profissões do momento, no desejo da família ou nas expectativas da comunidade sobre como a vida deveria ser vivida. Uma vez escolhida a profissão a seguir, o caminho era linear e constante: escola, faculdade e trabalho.

Também, num passado não muito distante as adaptações constantes na no trabalho não eram necessárias. Na lógica da carreira linear, onde o contexto era bastante sólido, concreto, e onde era possível planejar os próximos dez anos, a gestão da carreira acabava sendo responsabilidade da empresa e não do sujeito trabalhador.

Só que o mundo mudou! Na atualidade, onde “pagar boleto” é #cringe, o trabalhador precisa assumir a sua responsabilidade e atuar proativamente no gerenciamento das suas trajetórias de trabalho.

Você, agora, é um empreendedor de si mesmo. E foi justamente a partir dessa mudança de perspectiva que se abriu espaço para questões como sucesso psicológico e propósito no trabalho, especialmente com a emergência dos estudos sobre qualidade de vida no trabalho e psicologia positiva.

É bem verdade que a carreira como um empreendimento individual é um paradoxo entre o sentimento de desamparo e medo, com o regozijo proporcionando pela autonomia e realização pessoal.

Diante disso, como você, trabalhador, pode ganhar autoconfiança e ação consistente na modelagem do seu percurso profissional?

Eu não conheço outro caminho se não fortalecendo a sua capacidade consciente de gerir a sua própria carreira.

A autogestão de carreira é uma metacompetência fundamental para você manter a sua performance, e não menos importante, para verificar continuamente se o papel profissional exercido ainda faz o seu coração vibrar e alimenta a sua percepção de felicidade.

Isso é o que eu chamo de tomar as rédeas da sua carreira. Como fazer isso? Dando quatro passos firmes:

1. Invista constantemente em autoconhecimento

Como? Olhando para dentro, para o nosso interior. Agora você tem a oportunidade de construir um lugar no mundo que você escolheu ocupar. E apesar desse excesso de autonomia assustar, uma vez que você tem clareza do lugar que ocupa no mundo do trabalho, você terá a força necessária para se ajustar ao contexto social.

Então comece se fazendo perguntas e procure responder honestamente. Esse é um ótimo passo rumo ao autoconhecimento consciente.

• Quais foram as minhas trajetórias de carreira até o momento.
• O que motivou as minhas escolhas?
• Quem eu quero ser?
• Que legado eu quero deixar?
• O que eu faço bem e gosto de fazer?

Também é possível desenvolver o autoconhecimento com apoio de mentorias e terapias. Se você sente que precisa de apoio nessa jornada, conta comigo.

2. Desenvolva o controle da sua carreira

Tenha clareza do que você está buscando, portanto defina objetivos profissionais e os passos que precisam ser dados para alcançar o resultado desejado (metas)

Perceba claramente que papéis você exerce na vida (profissional, mãe/pai, filh@, estudante, etc) e como está o grau de harmonia entre eles.

Defina onde investir tempo e energia (que são recursos limitados)

3. Crie estratégias e entre em ação

Para este passo, eu gosto de propor a você o seguinte exercício: olhe para dentro – para o lado – e para o futuro.

Tenha consciência dos seus recursos e interferências e proponha ações potencializadoras para os seus recursos e ações mitigadoras para as suas interferência.

Tenha um plano de ação com pequenos passos que devem ser alcançados por você em uma linha do tempo. E claro, comemore os seus feitos!

4. Estabeleça conexões

A primeira conexão que eu recomendo é aquela que muitas vezes deixamos de lado. Conecte-se com você, com os seus sentimentos, com o seu “barulho interno”. Exerça o autocuidado. Cuide da sua mente e corpo. Você inteir@ e feliz é a melhor ferramenta para o seu sucesso.

Conecte-se também com pessoas que agregam valor positivo para você: no trabalho e na vida. Portanto, acredite e pratique o networking e o netliving.

Avalie como você gosta de consumir conhecimento e eleja as instituições educacionais, plataformas de aprendizagem, livros que façam sentido para você e estude continuamente. Na sociedade da transformação, conhecimento e mindset são os nossos maiores recursos.

Conecte também com associações e clubes profissionais. Estar em constante desenvolvimento cognitivo e social tornam o processo mais fácil e mais feliz.

Agora me diz, qual(is) desses quatro passos já fazem parte da sua rotina?

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Mentora de Projeto de Vida e Carreira, Educadora e Palestrante no Brasil e em Portugal.
Hoje empreendedora do Conhecimento e nômade digital, tenho uma trajetória de mais de 10 anos de experiência na área de desenvolvimento humano, atuando como gestora de pessoas, consultora de planejamento e gestão e docente universitária.
Tenho como força de assinatura o amor pela aprendizagem, o que me fez acumular os títulos: Mestre em Psicologia, Especialista em Psicologia Positiva pela PUC/RS e MBA em Gestão de Pessoas pela FGV/RJ.
A minha missão? Ajudar profissionais como você a transformarem a relação com o trabalho, com ganhos para a produtividade e para a felicidade autêntica.

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